Ranking das Dietas - 25ª posição Dieta da USP
- Luiz Gimenez Junior
- 25 de abr. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 30 de abr. de 2022
Apesar do nome enganoso, essa dieta não tem nada a ver com a Universidade de São Paulo, e especialistas tanto de lá quanto de outras instituições tem muito para criticar sobre esse método.

A Dieta da USP circula há alguns anos na internet, com um cardápio bem definido e promessas de emagrecimento que variam de 4,5 a 14 quilos em 14 dias. Apesar de famoso, o plano não é indicado pelos especialistas e pode até ser perigoso para a saúde.
Essa dieta é de baixa caloria (cerca de mil por dia) e por isso acaba ajudando sim na perda de peso em curto prazo. "Não sabemos seu impacto na massa magra nem nos processos de adaptação metabólica do organismo", completa.
"Basicamente, é uma dieta muito restritiva, difícil de manter e sem embasamento científico, que não é prescrita por nenhum médico ou nutricionista", adianta a endocrinologista Roberta Frota, do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
O plano propõe o emagrecimento por meio de um cardápio de uma semana com pouquíssimas calorias, que pode ser repetido por mais uma semana, totalizando no máximo 14 dias. O cardápio privilegia as proteínas e gorduras, e praticamente elimina carboidratos.
Alguns itens suspeitos, como o presunto, entram no cardápio, e outros saudáveis, como os carboidratos integrais, são praticamente banidos. "Nenhum alimento pode ser substituído, e eles devem ser consumidos na ordem proposta. Ou seja, é uma dieta muito engessada", aponta Tassiane Alvarenga.
Essa dieta é segura?
Há alguns riscos nela. O aporte energético é o que mais preocupa. No primeiro dia, por exemplo, o cardápio não chega a 300 calorias. "Para se ter ideia, nas dietas de calorias muito baixas, um protocolo com comprovação científica, feito só com supervisão e quando outras abordagens já falharam, são feitos cardápios diários com entre 400 a 800 calorias por conta dos riscos", destaca Pereira.
O organismo se ressente do corte. Como efeito imediato, fraqueza, dores de cabeça, queda de cabelo e alterações de humor. A longo prazo, os efeitos são desconhecidos. Pode levar a deficiência de nutrientes, desencadear ou agravar quadros de compulsão alimentar.
A dieta realmente emagrece?
De fato, seguir um plano do tipo pode mesmo fazer os ponteiros da balança caírem rápido. Mas há dois problemas nisso. O primeiro é que ele não significa que o corpo perdeu gordura. Na fase inicial de um regime do tipo, há uma perda intensa de água, que causa a falsa sensação de emagrecimento. Esta água é perdida pois fica armazenada junto com o glicogênio nos músculos. O glicogênio é um produto da glicose, que serve como fonte de energia alternativa mais acessível do que a gordura quando os carboidratos estão escassos. Por isso, ele acaba sendo utilizado antes da gordura, daí o risco de perda de massa muscular. Essa redução prejudica inclusive o emagrecimento, já que reduz o metabolismo.
Esta água é perdida pois fica armazenada junto com o glicogênio nos músculos. O glicogênio é um produto da glicose, que serve como fonte de energia alternativa mais acessível do que a gordura quando os carboidratos estão escassos. Por isso, ele acaba sendo utilizado antes da gordura, daí o risco de perda de massa muscular. Essa redução prejudica inclusive o emagrecimento, já que reduz o metabolismo.
O segundo ponto é que um plano do tipo não pode ser mantido por um longo período, tanto pelo desconforto quanto pelos riscos à saúde. Então a tendência é que o peso volte com tudo quando a restrição acaba.
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