IMC
Você já deve ter ouvido falar das três letrinhas mágicas que envolvem o seu peso: o IMC (Índice de Massa Corporal). Mais do que o peso de fato na balança, é esse o valor que importa para manter a sua qualidade de saúde. O índice em questão é bem simples e qualquer um pode calcular em casa de forma fácil. Contudo, é importante saber interpretar o resultado e entender o que de fato ele diz sobre a sua saúde.
O IMC (Índice de Massa Corporal) é um cálculo universal adotado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para classificar padrões de saúde relacionados ao peso, como desnutrição e obesidade, principalmente em populações. A fórmula do IMC foi criada pelo matemático e astrônomo belga Lambert Adolphe Jacques Quételet em 1832 e recebeu originalmente o nome de "Índice de Quételet", mas foi rebatizada com o nome atual pela OMS em 1972.
No entanto, o IMC não é um índice suficiente para determinar a saúde de uma pessoa, uma vez que não leva em consideração a composição corporal do indivíduo (quantidade de massa muscular e gordura).
Por isso, além dessa fórmula, outras medidas também devem ser combinadas para ajudar a definir o estado de saúde de uma pessoa.
O resultado do cálculo indica a faixa em que o indivíduo se encontra de acordo com uma classificação. Ela é a mesma para a maioria dos países, muda apenas no sudoeste asiático, onde os parâmetros acabam sendo um pouco diferentes por conta de a estatura média da população ser mais baixa. Veja a tabela usada na maior parte do mundo e aqui no Brasil:
Por não levar em conta a composição corporal, o IMC não é um índice recomendado para avaliar a saúde de atletas, que podem apresentar um peso mais elevado por conta do maior percentual de massa muscular, as grávidas também não devem usar o índice como parâmetro, já que o peso estará maior por conta do bebê em desenvolvimento.
Contudo, o IMC funciona para crianças entre dois anos e início da puberdade, fase em que há uma linearidade no crescimento —existe uma classificação diferenciada para elas. Por outro lado, esse não é um índice válido na adolescência por causa da grande mudança que acontece durante o "estirão".
O que significa IMC abaixo do peso
Pessoas com IMC muito abaixo do peso costumam apresentar distúrbios alimentares, como bulimia e anorexia. Por se enxergarem gordas, elas buscam maneiras drásticas de emagrecer fazendo longos períodos em jejum e realizando restrições alimentares severas, que levam à desnutrição e colocam a saúde em risco.
Já os casos de IMC abaixo do peso podem indicar má alimentação e casos um pouco menos graves de distúrbios alimentares. A privação no consumo de nutrientes e o baixo peso causam uma série de impactos no organismo, como fraqueza, falta de concentração, esquecimento, queda de cabelo, pele seca, unhas e cabelo fracos e quebradiços, anemia, irritabilidade, dores nas articulações e tontura.
A pessoa com um IMC muito baixo não perde apenas gordura, mas também massa muscular, que é constituída por proteína. Essa baixa nos níveis proteicos pode impactar na função renal, no sistema circulatório e até mesmo na troca de substâncias dentro do vaso sanguíneo. A parte hormonal também é afetada devido ao baixo percentual de gordura corporal, levando à ausência parcial ou total de menstruação nas mulheres.
A imunidade também é bastante impactada, uma vez que a pessoa não consome quantidades suficientes de nutrientes para manter as funções das células de defesa.
Como aumentar o IMC
Em geral, as pessoas que apresentam distúrbios alimentares precisam de acompanhamento psicológico e psiquiátrico, além de um nutricionista especializado no assunto. Em casos mais graves, a internação também pode ser recomendada. A dieta precisa oferecer um maior aporte calórico para que a pessoa possa aumentar de peso, mas com qualidade.
Para isso, deve incluir carboidratos, gorduras e, principalmente, proteínas de boa qualidade para ajudar a recuperar a massa muscular. Portanto, é errada aquela ideia de que ela poderá comer qualquer alimento calórico, como doces, salgadinhos e snacks.
O que é IMC de peso normal
Este IMC indica que a pessoa possivelmente tem um peso adequado, o que refletiria em uma boa saúde e em um menor risco de doenças cardiovasculares. No entanto, o índice sozinho não é suficiente para definir se o paciente está realmente saudável, uma vez que não leva em conta sua composição corporal, ou seja, o percentual de gordura que possui.
Uma pessoa com um IMC bom pode apresentar todos os problemas dos obesos se ela perder massa magra e acumular mais gordura, pois essa condição pode levá-la a desenvolver doenças metabólicas.
Portanto, o IMC deve ser combinado com outras medidas ou técnicas capazes de mensurar a quantidade de massa gorda e de massa magra do corpo do paciente e identificar em quais regiões a gordura se acumula, já que ela é prejudicial principalmente se estiver na região abdominal e no tronco.
Algumas técnicas utilizadas: pregas cutâneas, Densitometria corpo inteiro, Bioimpedância
Como ser mais saudável com o IMC normal
Adotar um estilo de vida saudável e ativo é a melhor maneira de garantir um IMC normal e uma boa composição corporal. Na prática, vale aliar exercícios de força (musculação) e aeróbicos com a ingestão de uma dieta rica em alimentos fontes de proteína para garantir a manutenção e o ganho de massa magra que naturalmente começa a reduzir a partir dos 40 anos.
O que significam IMC acima do peso e IMC obesidade
Um IMC a partir de 25 costuma ser sinal de que a pessoa precisa fazer ajustes na alimentação e no estilo de vida, pois seu consumo calórico está maior do que o gasto. O impacto disso no dia a dia é um maior cansaço devido à sobrecarga causada pelo excesso de peso, o aumento no risco de doenças cardiovasculares, como pressão alta, varizes e má circulação.
O paciente com sobrepeso é mais inflamado, condição que contribui para evolução de quadros infecciosos mais graves. E também tem maiores chances de desenvolver resistência à insulina, quadro que mantêm os níveis desse hormônio elevados por mais tempo, estimulando a fome e aumentando as chances dele se tornar um obeso.
Já as pessoas com IMC a partir de 30 entram na classificação "obesidade", que pode ser nos graus I, II ou III. Quanto mais alto o grau de obesidade, maiores são os riscos cardiovasculares (angina, infarto, aterosclerose), de diabetes, apneia do sono, refluxo, acidente vascular cerebral e problemas articulares por conta do excesso de peso.
Como diminuir o IMC
Para emagrecer é preciso ter um déficit calórico, ou seja, ingerir menos calorias do que se gasta. O ideal é planejar a dieta com um déficit de 500 calorias em relação à taxa metabólica basal do paciente, que varia de acordo com cada pessoa e as atividades que ela realiza. Também é importante que a pessoa se mantenha em movimento sempre que puder, evitando ficar sentada por muitas horas seguidas.
Já os pacientes com obesidade grau III ou IMC acima de 40 têm indicação para a cirurgia bariátrica. No entanto, existem medicamentos modernos que regulam a compulsão do paciente por comer e também o hormônio da saciedade com bons resultados, que podem ser usados por um longo período de tempo como uma opção. São medicamentos seguros que evitam que o paciente sofra com as consequências da bariátrica, que vão desde anemia até uma osteoporose precoce por conta da dificuldade de absorção dos nutrientes.
Dicas importantes:
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Prefira os alimentos naturais e evite os ultraprocessados, que são inflamatórios e mais calóricos, por isso prejudicam o processo de emagrecimento.
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Procure equilibrar as quantidades de carboidratos, proteínas e gorduras das refeições. Mesmo com déficit calórico, o excesso de carboidrato pode engordar por causar picos de insulina que facilitam o depósito de gordura no corpo.
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Consuma mais fibras, como verduras, legumes, frutas, grãos e cereais. Eles saciam por mais tempo e evitam que você chegue à próxima refeição com muita fome.
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Varie a alimentação para obter diferentes nutrientes. Uma dieta monótona faz com que o corpo entre em um "platô" e interrompa o emagrecimento.
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Inclua boas proteínas em todas as refeições. Opções magras, como peixe, frango, cortes magros de carne vermelha, iogurtes e queijos contribuem para a saciedade e ajudam a evitar a perda de massa magra.
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Beba água durante todo o dia. Ela é imprescindível para todas as funções do organismo, inclusive para as fibras cumprirem seu papel no intestino. Também evita que nosso cérebro confunda sede com fome e nos faça consumir mais calorias do que deveríamos.
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Pratique atividade física em cinco ou seis dias da semana. Combine exercícios de força, como a musculação, que estimula a hipertrofia muscular, com os aeróbicos, para ganhar resistência cardiorrespiratória.
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Realize sessões de terapia para ajudar a controlar a compulsão por comida e a lidar com o estresse, outro gatilho que leva as pessoas comerem mais.
Observação: essas informações são fornecidas a título de curiosidade e alerta. Todo e qualquer diagnóstico deve ser realizado por pessoa qualificada, na área da saúde e nutrição. Não altere sua dieta por conta própria, pois isso pode ser muito perigoso. Antes de qualquer alteração na alimentação, consulte um profissional de saúde.