Ranking das Dietas - 13ª posição Dieta Atkins
- Luiz Gimenez Junior
- 30 de abr. de 2022
- 3 min de leitura

Percursora das dietas ricas em proteínas, a Atkins foi reformulada recentemente e também prioriza proteínas e gorduras, diminuindo os carboidratos. Mesmo assim, é difícil de ser mantida.
Cortar carboidratos e preferir proteínas: essa receita parece antiga, mas na verdade foi a dieta Atkins quem começou a torna-la famosa. A mudança torna a perda de peso rápida —eficácia com nota 4 de acordo com nosso júri técnico — mas a variedade e manutenção são mais difíceis, merecendo apenas nota 2.
Um problema dela com relação a outras dietas semelhantes é o fato de não priorizar tanto as gorduras boas, o que pode ser perigoso à saúde. "Saliento o problema do alto consumo de gordura, que aumenta o risco cardiovascular", considera Andrea Pereira, nutróloga do Departamento de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein e jurada do Ranking das Dietas do VivaBem.
Como funciona a dieta Atkins
Criada pelo cardiologista norte-americano Robert Atkins nos anos 1970, o método ficou conhecido como dieta da proteína por priorizar a ingestão desse nutriente, além de gorduras, enquanto limita severamente o consumo de carboidratos. Alimentos de origem animal, como carnes (inclusive bacon e embutidos), ovos, leite e derivados viram protagonistas do cardápio.
Trata-se também de um tipo radical de dieta cetogênica, já que propõe consumo de pelo menos 60% de gordura e menos de 25% de carboidrato nas refeições - na pirâmide alimentar tradicional, esses nutrientes devem representar 30% e 60% de tudo o que comemos, respectivamente.
Essa predominância de gorduras sobre carboidratos provoca alterações metabólicas importantes para a perda de peso. Na falta de glicose (principal combustível do corpo e formada a partir dos carboidratos), o organismo recorre às gorduras para obter energia —um processo chamado cetogênese.
A dieta Atkins é considerada de choque e normalmente indicada para quem deseja perder bastante peso (acima de 20 kg). O método também ajuda no controle dos níveis sanguíneos de glicose, colesterol e triglicérides, embora não haja estudos mostrando que isso se sustente no longo prazo.
Outro ponto que contribui para o emagrecimento seguindo esse plano é a alta saciedade que ele proporciona, comendo basicamente proteínas e gorduras, a tendência é sentir menos fome.
Quais as desvantagens?
A ausência de carboidratos e fibras nas semanas iniciais resulta em sintomas que inicialmente podem desencorajar quem não está acostumado a fazer dieta: dor de cabeça, falta de disposição e mau humor, náusea, mau hálito e prisão de ventre principalmente. Uma dica básica para contornar os incômodos é beber bastante água durante todo o tempo da dieta.
Não é recomendado fazer a dieta por conta própria. O ideal é ter o acompanhamento de um médico ou nutricionista o tempo todo para fazer ajustes no cardápio, se necessário, com base nos efeitos colaterais, índices de colesterol (é importante realizar exames de sangue regularmente) e perda de massa magra e gorda.
Também pode ser preciso suplementar vitaminas e minerais, já que a baixa ingestão de vegetais pode levar a algum nível de deficiência de micronutrientes.
Dieta Atkins emagrece?
Sim, trata-se de uma dieta de choque, que emagrece bastante, principalmente nas primeiras semanas - é possível secar até 8 kg em um mês. No entanto, a manutenção da perda de peso é mais difícil nesse tipo de dieta.
A dieta Atkins é segura?
Um estudo da Universidade de Medicina de Lodz, na Polônia, apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2018, sugere evitar dietas com pouco carboidrato e muita gordura de modo geral, o trabalho não se focou na dieta do Dr Atkins. O alerta é para o risco de morte por doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e câncer, que aumenta em quem segue esse tipo de plano alimentar por muito tempo.
A pesquisa acompanhou mais de 24 mil pacientes durante seis anos e mostrou que os que restringiram carboidratos tiveram 51%, 50% e 35% mais chance de morrer devido a essas doenças, respectivamente, do que quem consumiu mais do nutriente. O excesso de carnes vermelhas e processadas seria o principal vilão.
Quem apresenta qualquer disfunção renal não pode seguir o método, já que o excesso de proteína sobrecarrega os rins, órgãos responsáveis pela filtragem do nutriente. Para se ter uma ideia, pacientes renais podem ingerir de 10% a 15% de proteínas por meio da dieta, e na do Dr Atkins, pelos menos 60% da alimentação é composta pelo nutriente.
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